PREGAÇÃO
Livro e pregos oxidados
24,4 X 17 X 4 cm
O livro exibe um interior hackeado, sem pretensão de neutralidade, recusando o texto e as imagens internas, busca apontar para incongruências de narrativas universais. A materialização deste trabalho é compreendida como parte da reflexão e da formulação de práticas artísticas que, explicitamente, questionam legados expansionistas, coloniais e hegemônicos, interessado em propor interrogações e entrelaçamentos epistemológicos. Materialidade somada ao fenômeno da oxidação, compreendido a partir de variáveis de temporalidade, exposição e degeneração.
COMPOSIÇÃO N° 3
24 Livros de história da arte, Bíblia, Constituição Federal
Dimensões variáveis
Composição n° 3 aponta para a metamorfose como uma possibilidade de reelaboração e fortalecimento diante das relações de poder, partindo da exacerbação do entrelaçamento do universo religioso e jurídico instaurado no país. Através da fisicalidade do livro e do gesto criativo manipulo material historiográfico como proposição artística, concebendo desdobramentos possíveis de um amálgama pessoal e coletivo, invocando fundamentos conceituais, que afetam não apenas as manifestações artísticas, como também o desenvolvimento da história da arte.
Composição n° 3, visando tensionar tentativas de supressão da prática artística. Evidenciando assim, elementos do tempo presente, onde códigos distintos se mesclam e se confundem no delineamento da conjuntura atual. A colagem como técnica possibilita a sobreposição de camadas, instaurando uma revelação através da ocultação. Buscando aproximações entre diferentes narrativas, épocas e histórias, expondo a existência de um sistema de vigilância que atravessa a política, a economia, a fé e a historiografia. Uma metáfora de aproximação entre nosso presente, colonialidade do poder e historiografia da arte.