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Andando na história do meu povo (Texto Curatorial)

Andando na história do meu povo, faz referência ao poema I Walk in the History of My People de Chrystos, publicado em 1988. Tanto a poesia de Chrystos quanto as obras reunidas nesta exposição são propostas com o interesse de questionar os resquícios da submissão cultural, partindo de um trabalho de interpretação e visibilidade baseado em mecanismos ligados à(s) história(s) e à memória, criando, assim, outras imagens plásticas e poéticas. Nesta exposição, Agrippina R. Manhattan, Ayla Tavares, Matheus Simões, Mulambö, Nathan Braga, Pedro Pessanha, Robnei Bonifácio e Yago Toscano, articulam sua poética em torno de questões que envolvem memória, apagamento, subalternidade e resistência.


Estes trabalhos se confrontam com a realidade e, fazendo uso da imaginação, redesenham futuros possíveis, apresentando discursos que, embora não explícitos, evidenciam, ao mesmo tempo, a existência de gritos e silenciamentos. Para desordenar as estruturas historicamente construídas, precisamos, além de força e engajamento, usar a imaginação como disparadora dessas possibilidades de futuro, assim intensificando a destruição de processos de atualização de estruturas. Immanuel Wallerstein em seu livro “O Universalismo europeu: a retórica do poder“ (2007), aponta que ideias igualitárias da modernidade, reafirmam uma superioridade falaciosa de países do  eixo ocidental (Europa–Estados Unidos). Desse modo ele aponta para mudanças no denominado “Universalismo Europeu”, que, ao ser ultrapassado, desencadearia o florescimento de uma outra época onde exista alternativas de uma rede de universalismos que não se utilizam mais de arcabouços retóricos para propor caminhos únicos de ação no mundo; Wallerstein afirma ainda que devemos persistir na tentativa de analisar o sistema-mundo de nossa época de transição, e assim “esclarecer as alternativas disponíveis e, portanto, as escolhas morais que teremos de fazer e, finalmente, lançar luz sobre os caminhos políticos que desejamos seguir”. 


As similitudes e singularidades entre a produção plástica dos artistas e o poema de Chrystos indica como uma série de hierarquias se estabelecem, com desigualdade de benefícios e prejuízos.  Nesse devir, o poeta afirma que O pus do passado emana de todos os poros e A infecção já dura há pelo menos 300 anos, paralelamente Walter Mignolo (2010),  acrescenta que “son las historias y las memorias de la colonialidad, las heridas y las historias de humillación  las que marcan el punto de referencia para los proyectos políticos y epistémicos descoloniales y para la ética decolonial”.
 

Vistas da exposição

Andando 1
Andando 2
Andando 5
Andando 4
Andando6

Foto: George Magaraia

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A exposição contou com a organização de uma publicação com textos críticos de curadores convidados que elaboraram ensaios acerca de cada um dos trabalhos presentes na exposição


ISBN 978-85-85954-88-8

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